Hoje me peguei fazendo uma reflexão... sobre Empresas, o seu propósito, o seu crescimento e o seu papel em relação com o Planeta. Qual é o tamanho ideal de uma empresa? Até onde ela pode (ou DEVE) crescer?
Já vi muitos negócios que começaram pequenos, com um produto ou serviço muito especial, criado com muito carinho para atender seus clientes, se perderem na sanha do crescimento “exponencial”. Perderam o seu propósito e passaram a focar somente no EBITDA... no ROI... no DRE... na taxa de expansão... essa sanha de querer crescer, crescer, crescer e crescer INDEFINIDAMENTE, na esteira das expectativas dos “grandes investidores”, os “sharks”.
Por que uma empresa precisa crescer tanto? Para “ganhar escala”? E pra quê? “Ah, é para que ela leve o seu PROPÓSITO a um maior número de pessoas” ... Balela! Quando uma Empresa cresce tanto, ela perde o seu principal propósito: ser um agente do EQUILÍBRIO econômico.
É maluquice o que estou pensando? Então raciocina comigo: imagina que TODAS AS EMPRESAS cresçam desse jeito. Exponencial. “Unicórnio”. Até que ponto isso se sustenta? Até quando o planeta suporta que o sucesso econômico seja medido pela capacidade de crescimento até o infinito de TODAS as empresas?
Não consegui fugir de uma analogia assustadora... a curva do COVID-19 também é exponencial...
Então, voltando ao ponto de origem: Até que ponto uma empresa pode (ou DEVE) crescer?
Para mim, a resposta é simples: até o ponto em que seus INVESTIDORES tenham uma remuneração justa, seus CLIENTES estejam sempre satisfeitos, seus FUNCIONÁRIOS continuem sendo tratados com respeito e a SOCIEDADE não sofra com as consequências do crescimento exagerado.
Na Bushidô, por exemplo, não queremos que a empresa cresça indefinidamente. Temos uma ideia muito clara do impacto que queremos causar nas pessoas e no PLANETA. Do nível de qualidade que queremos continuar entregando e do tipo de cliente que desejamos atender. Exatamente por isso não trabalhamos para qualquer um.
Me lembro do caso de uma cervejaria do interior de Santa Catarina que eu gostava muito... produção artesanal, ingredientes de primeiríssima qualidade, público alvo cativo... até que foi comprada por uma multinacional. E escalaram a produção. E invadiram as prateleiras dos supermercados do Brasil. E... perderam a essência. Esqueceram da qualidade do produto. Afastaram os clientes cativos que, com tanto carinho, fizeram a marca se destacar. E viraram mais um “big player”, com todos os impactos que isso traz.
Vejam bem, não sou contra as empresas absurdamente grandes. Mas o mundo é finito. Os recursos são finitos. E precisa haver espaço para todos crescerem até o seu TAMANHO IDEAL.
Em algum momento, pessoas, empresas e países terão que criar outros critérios para medir o SUCESSO ECONÔMICO. Porque essa medida não poderá ser sinônimo de CRESCIMENTO ECONÔMICO ad aeternum.
Faz sentido?
P.S.: Vejam que em nenhum momento usei a palavra SUSTENTABILIDADE, mas no fim das contas...
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